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domingo, 12 de setembro de 2010

Só os mais fortes sobrevivem!

Olá pessoal, tudo certo? O post de hoje é sobre as aulas dadas nos dia 01/09 e 08/09 nas turmas 1000 e 1001, respectivamente. O tema é Darwinismo Social.

Charles Darwin foi um naturalista britânico que, em seu livro A Origem das Espécies desenvolveu a teoria de que os seres vivos se transformavam a partir da capacidade de adaptação: os organismos que melhor se adaptavam ao meio em que viviam conseguiriam sobreviver, pois repassariam a capacidade de adaptação para seus descendentes. Os organismos que não fossem capazes de se adaptar estariam condenados à extinção. Daí surgem termos conhecidos como seleção natural e só os mais fortes sobrevivem.

Alguns cientistas positivistas do século XIX acreditavam que a teoria de evolução biológica de Darwin poderia servir também para analisar sociedades. Partia-se do princípio que algumas sociedades/civilizações possuiam características, culturas e valores que os tornavam superiores se comparadas com outros povos. Surgia assim, o Darwinismo Social.

É importante lembrar que o século XIX marcou o período da Revolução Industrial, que teve seu ápice na Europa. Assim, acreditava-se que os europeus industriais eram o que havia de mais desenvolvido em termos de sociedade e que os povos africanos e asiáticos eram fósseis vivos da civilização européia. Era a desculpa perfeita para os europeus invadirem essas terras, acabar com a cultura desses povos, explorá-los e impor a cultura européia. Faziam isso com a desculpa de levar a evolução e o progresso para esses povos.

A contradição entre a ideia de Charles Darwin e o Darwinismo Social é que a primeira levava em consideração aspectos biológicos e não trabalhava com a questão de superior/inferior. Tudo era questão de ter características de adaptação ao meio. Uma mesma espécie pode ser altamente adptavel no frio e não resistir ao calor, por exemplo. Já o Darwinismo Social levava em conta um determinado povo como superior: o europeu do século XIX foi um exemplo. Só que a própria Europa era desigual. Poucos desfrutavam do progresso e da riqueza às custas de muitos que eram explorados e viviam em condições de miséria.


O vídeo abaixo fala um pouco mais do Darwinismo Social. É narrado em português de Portugal e o áudio não é dos melhores, mas com atenção dá pra entender tudo numa boa.



Bom domingo, pessoal, e boa semana de prova para todos!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O estudo, a busca da verdade e da beleza , são domínios em que nos é consentido sermos criança por toda a vida (Albert Einstein)

Boa tarde pessoal, tudo bem? O post de hoje é sobre a aula de filosofia do dia 03/09 na turma 2000. O assunto foi a filosofia empirista de David Hume.

Hume era um pensador empirista que viveu no ápice do Iluminismo. E toda aquela conversa de século das luzes, liberdade de ideias - na opinião de Hume - fez com que surgissem todo tipo de teorias, algumas bem complicadas. A partir disso, na luta para acabar com teorias duvidosas e obscuras, Hume se fez as seguintes perguntas: De onde vêm nossas ideias? Como se formam nossos conhecimentos?

Para encontrar essas respostas, Hume acreditava que o homem deveria voltar seus pensamentos para sua relação com o cotidiano: todo conhecimento válido é aquele baseado em experiências. Nos voltando só para esse tipo de conhecimento, o mundo se torna um lugar mais nítido, mais fácil de ser entendido.

Hume acreditava também que os pensamentos humanos se dividiam em impressões (percepção imediata da realidade) e ideias (lembrança da impressão, aquilo que fixa a impressão na mente) e que elas podem ser simples ou complexas. Na aula falei da diferença entre ideias/impressões simples e complexas. Lembram do exemplo do anjo ou do crocofante?

Hume alertou para o fato de que nossos hábitos, nossas ideias preconcebidas, nos impedem de vivenciar o mundo em sua totalidade. As leis de causa e efeito e leis imutaveis da natureza acabam se resumindo a questões de hábito: quando jogamos um giz no chão, todo mundo espera que o giz caia. Se ele não cair, ficaríamos surpresos, mas um criança não ficaria, pois ela ainda não se encheu de expectativas, hábitos e ideias preconcebidas. Por isso elas fazem perguntas que as vezes desconcertam os adultos.

A partir desse pensamento, Hume deixa dois ensinamentos para nós:

a) Não deixar que sentenças do ser (descritivas) virem regras (normativas). Exemplo: Cada vez mais pessoas morrem em acidentes de carro, então vamos andar a pé. Ou, cada vez mais pessoas viajam de avião, então vamos construir aeroportos.

b) A razão nos leva a conclusões preguiçosas, das quais cremos ter absoluta certeza e por isso não colocamos nunca em dúvida, nunca conferimos. Isso não é uma atitude inteligente. Devemos sempre nos questionar de onde vieram nossas ideias e como as nossas razões se formaram. A ciência está até hoje se perguntando como isso acontece.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Os tipos de dominação

Olá pessoal. Esse post é sobre o conteudo que prometi hoje no segundo ano: Weber e os três tipos de dominação. Quando começamos a estudar Weber, falamos sobre as ações sociais que dão sentido a sociedade. No texto de hoje, vamos entender um pouco sobre a maneira pela qual as relações sociais se mantém.

Para que um grupo social funcione, é preciso que existe uma certa hierarquia, uma organização. Isso supõe que algumas pessoas liderem de alguma forma e que outras pessoas acatem essa liderança. Vamos ver agora quais são os tipos de dominação e como elas se legitimam:

1) Dominação Legal é aquela que segue regras no estilo de uma lei, um estatuto, que criam e modificam as regras. Um grupo dominante é escolhido e nomeado. Aqui a dominação se baseia em funções, pagamentos e regras fixas, sem considerar questões pessoais ou sentimentais. Os elementos inferiores são subordinados aos superiores, como manda o estatuto.
Exemplos de dominação legal: empresas atuais onde os funcionarios são subordinados aos patrões. Todos tem uma formação profissional, recebem um salário, seguem normas de um estatuto e estão sob a vigência de um contrato.


2) Dominação Tradicional é aquela que segue tradições, costumes e ações cotidianas. A liderança exercida aqui se dá através do hábito e da fidelidade. Um exemplo clássico é a família patriarcal onde a crença nos poderes do patriarca vem desde sempre. O poder reside na figura do patriarca, todos são dependentes dele e contra ele não existe nenhuma garantia. No Brasil, vivenciamos muito isso na época do das casas-grandes, com a figura dos senhores de engenho, que eram os chefes de família e respeitado por todos. Hoje, com as mudanças na organização das famílias e com a chegada de relações mais democráticas na mesma, esse tipo de dominação é escasso. Um pequeno exemplo em vídeo


3) Dominação Carismática é aquela em que a dominação se apoia na crença que os dominados tem nas qualidades do líder. Tem a ver com o carisma, com afetividade, com alguma habilidade especial que o líder possua e cative os dominados: coragem, inteligencia, heroísmo, faculdades milagrosas... Aqui a dominação não tem garantia de contrato ou tradição: o líder tem que se mostrar capaz por meio de êxitos. Se o êxito falha, a dominação se perde. Um exemplo clássico são as igrejas e templos onde as pessoas procuram um líder espiritual que os oriente. Pode também ser o caso de eleitores que confiam muito na figura de um político, como vemos no populismo (lembrar que Getúlio Vargas era conhecido como o pai dos pobres, tamanha a adoração que o povo tinha por ele?).

Na próxima aula comento mais sobre o assunto e tiro as dúvidas para a prova. Bom feriado, pessoal!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Morada das Almas

Esse post é sobre algumas aulas dadas nas turma 1000 (01/09) e 1001 (17/08 e 24/08). O filósofo da vez é Platão.

Principal discípulo de Sócrates, Platão procurou entender uma realidade eterna e imutável, no entanto sem deixar de lado aquilo que flui, aquilo que é passageiro. Tarefa complicada, né? Para conseguir essa tarefa, Platão falava em dois diferentes mundos:

O mundo dos sentidos é formado pelas coisas que podemos tocar e sentir, as coisas da natureza. Nesse mundo, tudo é impreciso e vultuoso. Os elementos desse mundo são imperfeitos e passageiros. Tudo que existe na natureza nasce, cresce, reproduz e morre/desintegra. Sobre as coisas desse mundo só podemos ter conhecimentos incertos. O verdadeiro conhecimento vem da razão.

O mundo das ideias é formado pelos modelos espirituais/abstratos que dão origem àquilo que vemos no mundo dos sentidos. Exemplo: Sabemos que um círculo tem 360º e que a soma dos lados de um triângulo tem 180º. Não encontramos essas medidas perfeitamente na natureza. Elas só existem no mundo das ideias. Outro exemplo é a forma (com som de ô) de empadas ou de biscoito. Depois de ir ao forno, as empadas ou os biscoitos quebram, inflam, ganham formas (com som de ó) diferentes, imperfeições. Mas a forma, a ideia original, é sempre exata, perfeita.

Assim, seria como se os biscoitos ou as empadas fossem o mundo dos sentidos: imperfeitos, imprecisos. E as forminhas fossem o mundo das ideias: sempre exatas e perfeitas. Do mundo das ideias saem as origens (perfeitas) das coisas (imperfeitas) que vemos no mundo dos sentidos. Afinal, as formas não são o que dão origem aos biscoitos e às empadas?

Para exemplificar ainda melhor isso, sobre como existe um mundo mais perfeito do que estamos acostumados a ver, falamos em sala sobre o mito da caverna de Platão. Dê uma conferida no link pra uma versão em quadrinhos. Lembrem de ir avançando até o capítulo 5. Aposto que vocês nunca tinham visto antes um gibi de filosofia! :)