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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Durkheim e o fato social

O interesse era a compreensão do funcionamento das formas padronizadas de conduta (consciência coletiva) por esta razão sua teoria também pode ser chamada de funcionalista. O comportamento do cientista social deveria ser de distanciamento e sua posição, de neutralidade em frente aos fatos sociais. Esta atitude garantiria a objetividade da sua análise.

A coerção social, sendo a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, obrigando-os a conformarem-se às regras impostas pela sociedade em que vivem, não havendo, contudo, a vontade ou escolha dos indivíduos: idioma; formação familiar; código de leis. A coerção é constatada pelas sanções que serão impostas ao indivíduo, caso ele venha a se rebelar.

A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre os indivíduos, cuja vontade própria independe da vontade ou adesão consciente, sendo denominada como: exterior aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis são existentes antes até do nascimento das pessoas, que deverão obedecê-las sob a pena de punições.

A terceira característica é a generalidade. Os fatos sociais se manifestam através da natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, a exemplo, os sentimentos e a moral.

"É social todo fato que é geral." A generalidade de um fato social, ou seja, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social, a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de determinada questão.

O normal é aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de ter uma existência tangível.

Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Mesmo havendo a "consciência individual", poderão ser notados no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os movimentos sociais

Olá galera, tudo certo? O post de hoje é sobre o tema de sociologia no quarto bimestre da turma 2000: Movimentos Sociais!

Os movimentos sociais são um fenômeno da sociedade pós-capitalista e trabalham para, de alguma maneira, mudar a forma de organização da sociedade em que estão inseridos. Isso quer dizer que os movimentos sociais são manifestações de um determinado grupo da sociedade que, insatisfeito com algo, busca mudar a estrutura vigente no Estado. Cada movimento social tem sua forma específica de atuação (Paradas gays, Invasão de Terras não-produtivas, greve) e isso dá a eles uma identidade própria dentro da sociedade.

Outra característica dos movimentos sociais é que eles não tem nenhuma relação com partidos políticos (pelo menos teoricamente), tem relativa autonomia e isso traz novos atores ao processo político. Cidadãos "comuns", tipo vocês alunos e eu, passam a participar politicamente da sociedade.

Um poder que os movimentos sociais têm é o de dar voz a setores da base da sociedade. Pessoas que não tem espaço na mídia individualmente conseguem através de movimentos sociais fazer com que muitas pessoas fiquem cientes de suas reivindicações. Se um grupo de pessoas quer a mesma coisa, elas se organizam e através da participação popular "correm atrás".

Os movimentos sociais tem dois momentos distintos: o primeiro é expor o problema para o restante da população. Expor claramente o problema. Isso se faz através de passeatas, greve, manifestações ou coisa do tipo. O segundo momento, é levar para os governantes propostas viáveis de realização de suas vontades, para contornar o problema. Para isso é preciso um mínimo de organização e coerência.

Os movimentos sociais são símbolo de maturidade política de uma sociedade. Isso significa que pessoas da sociedade se mobilizam para obter algo que acreditam ter direito. Não podemos esperar tudo de mão beijada, certo?

Deixo aqui um vídeo muito legal sobre tipos de movimentos sociais. Assistam, vale a pena!


terça-feira, 19 de outubro de 2010

O iluminismo


Olá galera da turma 2000, beleza? O post sobre o Iluminismo hoje vai em tópicos. Depois detalho melhor o tema em sala de aula.


* Colaboração do aluno Fernando Borges. Obrigado, Fernando!


Iluminismo- (Montesquieu, Voltaire, Rousseau)

1) Revolta contra as autoridades:

Ø Critica contra o autoritarismo, igreja, aristocracia

Ø Permanecer cético contra verdades herdadas

Ø O próprio indivíduo encontra respostas para suas perguntas

2) Racionalismo

Ø Crença inabalável na razão humana

Ø Tudo na natureza é racional

Ø Criação de um alicerce para a moral, ética e religião em sintonia com a razão

3) O pensamento do iluminismo

Ø Iluminar as amplas camadas populares

Ø Dar fim a incerteza e superstição

Ø Foco na educação pedagógica

4) Otimismo cultural

Ø A difusão da razão traria grandes progressos: desaparecimento da ignorância

5) Retorno a natureza

Ø A razão era uma dúvida da natureza ao homem, ao contrário da igreja e civilização

Ø Povos naturais mais felizes e sadios

Ø Rousseau: o homem é bom, a sociedade o corrompe

6) Cristianismo humanista

Ø Irracional imaginar o mundo sem Deus. O mundo é racional de mais

Ø Imortalidade da alma como algo racional

Ø Libertar o cristianismo dos doemas irracionais

Ø Deismo: Deus criou o mundo, mas só se revela a ele através da natureza

7) Direitos Humanos

Ø Direitos naturais do cidadão: moral, religião e política

Ø Luta contra censura: expressão e ponto de vista

Ø Luta contra escravidão e a favor de tratamento mais humano para os criminosos

Ø 1789- revoluções francesa, direitos para os cidadãos (homens)

Ø 1787- condorcet artigo sobre direito das mulheres

Ø 1791- Olympe de Gouges declaração dos direitos da mulher

Ø 1793- Mulheres proibidas de atividade política

Aristóteles e o empirismo

Olá pessoal, tudo bem? Vamos ao filósofo estudado esse bimestre nas turmas de primeiro ano:

Embora tivesse sido discípulo de Platão, Aristóteles discordou da divisão entre mundo das ideias e mundo dos sentidos. Ao invés disso, Aristóteles acreditava que não podemos ter uma ideia giz se eu não souber o que é um giz. "Não existe nada na mente que não tenha passado pelos sentidos". Essa afirmação faz de Aristóteles um adepto do empirismo.

O empirismo é uma corrente filosófica que acredita que todo o conhecimento vem da observação e da experiência. Assim o papel da razão era o de classificar, separar e organizar os elementos da natureza seguindo critérios. Que critérios?

Essência e acidente. Essência são as características que estão sempre presentes ao analisarmos algo. Por exemplo, a essência de um homem é ser mamífero, bípede e racional. Se esse homem é alto, baixo, gordo, magro, loiro, ruivo são características chamadas por Aristóteles de acidente, pois podem variar dentro da categoria homem.

Importante lembrar também que, segundo Aristóteles, as coisas podem estar em ato ou em potência. Por exemplo, uma semente é uma árvore em potência, mas não em ato. Quando germina, a semente torna-se árvore em ato. O movimento é a passagem do ato à potência e da potência ao ato. A potência é um vir a ser. Algo que pode se tornar. Um milho é uma pipoca em potência.

Por fim, Aristóteles dizia que conhecer é saber a causa de algo. Não posso me tratar de uma dor, se não sei sua causa. Aristóteles falou em quatro tipos de causa: a causa final, a causa eficiente, a causa formal e a causa material. Por exemplo, se examinarmos uma estátua, o mármore é a causa material, a causa eficiente é o escultor, a causa formal é o modelo que serviu de base para escultura e a causa final é o propósito, que pode ser vender a obra ou enfeitar a praça.




quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Toda história é a história da luta de classes"

Atenção galera da turma 3000. Me desculpem pelo post longo, mas pra tratar de Marx, tem que ser bem detalhado mesmo. Aqui vamos nós:

Influenciado pela forma de pensar de Hegel, Marx dizia que os filósofos sempre tentaram interpretar o mundo ao invés de modificá-lo. Sua filosofia tem um objetivo prático e político.

Marx ficou conhecido como um Materialista Histórico: acreditava que eram as condições de vida em uma sociedade que determinavam seus pensamentos e consciência e que as condições materiais de vida eram decisivas para a história. As forças econômicas são responsáveis pelas mudanças em todos os outros setores da sociedade

As relações econômicas, materiais e sociais formam a base de uma sociedade, sustentam os pensamentos e idéias dessa sociedade. A força de produção de uma sociedade determina as relações político e ideológicas que encontramos nela. O moralmente correto vai ser definido pela base social (entre os camponeses, os pais determinavam com quem você ia casar, de olho nas terras).

Toda história é a história da luta de classes, de quem controla os modos de produção. Quem tem o poder não abre mão dele livremente. Só a revolução muda as coisas. Essa é a essência do pensamento marxista.

Marx acreditava ainda que o conhecimento do homem está intimamente ligado ao seu trabalho. O modo como trabalhamos altera nossa consciência e vice-versa. O trabalho é positivo, inerente à condição humana. A partir disso surge a crítica de Marx ao capitalismo: o trabalhador trabalha para outra pessoa, de forma que seu trabalho não lhe pertence. O trabalhador se aliena em relação ao seu trabalho, a si mesmo e perde dignidade humana.

Na ultima aula trabalhamos detalhadamente alguns conceitos utilizados por Marx para montar sua teoria:

FORÇA PRODUTIVA = meios de produção + trabalho humano.

Todo processo produtivo combina os meios de produção e a força de trabalho. Constituem as condições materiais de toda a produção. Sem o trabalho humano nada pode ser produzido e sem os meios de produção, o homem não pode trabalhar. Todo processo de trabalho implica em determinados objetos (matérias-primas) e determinados instrumentos (ferramentas ou máquinas). Os objetos e instrumentos constituem os meios de produção. O proletariado constitui a força de trabalho

RELAÇÕES DE PRODUÇÃO: formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. As relações de produção podem ser cooperativistas (mutirão), escravistas (como na Antiguidade européia ou período colonial brasileiro), servis (como na Europa feudal) ou capitalistas (como na indústria moderna).

CLASSE SOCIAL: grupo de pessoas que tem status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. Segundo a ótica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por ela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante.

ALIENAÇÃO: A separação do trabalho, em todas as suas instâncias, aliena o trabalhador, que não se reconhece mais em uma atividade - porque ele faz apenas uma peça de um carro em uma escala produtiva e não tem a visão do conjunto, por exemplo - e porque acaba desenvolvendo apenas uma de suas habilidades, seja braçal ou intelectual, provocando, com isso também, uma divisão social do trabalho.

MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO: O que Marx trouxe de original foi uma análise dialética das relações sociais e econômicas (as bases materiais e concretas da sociedade) que explicava fatos históricos e culturais, como chegamos à exploração de hoje. Na dialética marxista, a burguesia seria a tese - e o proletariado, sua antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por uma sem classes, o comunismo. As crises do capitalismo, então, decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seriam o prenúncio de uma superação dialética da economia política.


A sociologia de Durkheim

Olá pessoal, tudo bem? O pensador Emile Durkheim será o tema da sociologia do 4º bimestre das turmas de 1º ano. Vamos a uma pequena introdução de seu pensamento:

Emile Durkheim viveu numa época de conflitos sociais entre os empresários e os trabalhadores e em que surgiam problemas sociais como suicídio, favela, poluição, desemprego, etc.

O crescente desenvolvimento da indústria e tecnologia fez Durkheim olhar com otimismo o capitalismo. Achava que todo progresso trazido pelo capitalismo geraria um aumento da divisão do trabalho social e da solidariedade orgânica, de forma que a sociedade chegasse a um estágio sem conflito e problemas sociais.

Durkheim acreditava que, com leis e regras estabelecidas, os problemas sociais não teriam a ver com economia, mas sim com uma questão moral. Por exemplo: se a criminalidade aumenta a cada dia é porque as leis que regulamentam o combate ao crime estão falhando. Este estado de crise social onde as leis não estão funcionando, é chamado de patologia social. Se essas patologias não são devidamente tratadas, cedo ou tarde outros setores da sociedade também deixarão de funcionar, criando uma ausência total de regras, o que podemos chamar de anomia.

Frente a patologia social ( regras sociais falhas ), cabe à Sociologia captar suas causas, procurando evitar a anomia ( crise total ), através da criação de uma nova moral social que supere a velha moral deficiente.

Para evitar que a sociedade chegue à anomia, a solução estaria em organizar a sociedade a partir da solidariedade orgânica. Vimos isso no segundo bimestre, lembram?

:)