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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A formação da sociedade brasileira por Gilberto Freyre

Em Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre destaca a sociedade brasileira como fruto da miscigenação entre índios, negros e portugueses. Essa mistura é, para Freyre, caracterizada por um processo de equilíbrio de antagonismos, onde os conflitos se harmonizam. E esse equilíbrio, que gerou o mito da “democracia racial”, só se faz possível devido a uma singularidade do português dentre os povos europeus: a adaptabilidade.

Freyre destaca a habilidade dos portugueses em triunfar sob as adversidades do clima, fato que prejudicou outros povos europeus – como os nórdicos, por exemplo – na tentativa de se estabelecer no Brasil. O português possuía uma tendência para colonização híbrida e tropical em virtude de sua etnia miscigenada e a aproximação geográfica entre Portugal e África. A experiência na Península Ibérica, povoada por árabes e germânicos, além dos próprios nativos, é um exemplo dessa capacidade colonizadora. O fato de Portugal não possuir um grande contingente populacional para ocupar o Brasil de forma rápida e, além disso, possuir outras colônias na África e na Ásia que também necessitavam ser ocupadas, somado a ausência da mulher branca na colônia, colaborou também para a miscigenação das raças, visto que a mulher índia passou a ser a formadora da população brasileira.

Além disso, Freyre confere à colonização portuguesa um aspecto democratizador, ressaltando que obteve êxito ainda pelo fato de que estes eram menos rigorosos que os espanhóis, não tinham o preconceito racial dos ingleses e eram propensos – também graças à experiência da Península Ibérica – à colonização agrária e escravocrata, que tanto prosperou no Brasil. A partir disso, Essa cultura agrária e açucareira, desenvolvida no país pela mão de obra negra formou pilar para a sociedade brasileira. A família patriarcal é o principal pilar do Brasil colônia.

Freyre destaca também a importância do negro na formação de nossa sociedade, nos aspectos econômicos e culturais. Tinham grande disposição para o trabalho e habilidade em trabalhar com ferro e com agricultura. Na cultura, podemos destacar a influência negra na culinária, na religião e no idioma.

A família patriarcal é “o vivo e absorvente órgão da formação social brasileira, que reuniu sobre a base econômica da riqueza agrícola e do trabalho escravo, uma variedade de funções sociais e econômicas”. Ao reunir nas suas dependências o trabalho, a economia e a socialização entre diferentes raças e culturas, a família patriarcal assume o papel semelhante ao do Estado. Freyre ressalta que o sadismo e a opressão com que os senhores de engenho tratavam seus escravos podem ter reflexo na característica autoritária da sociedade e da política brasileira, por se tratar de uma forte questão cultural.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O existencialismo de Sartre


Jean-Paul Sartre
(1905-1980), maior expoente da filosofia existencialista, parte do seguinte princípio: a existência precede a essência. Com isso, quer dizer que o homem primeiro existe no mundo - e depois se realiza, se define por meio de suas ações e pelo que faz com sua vida.

Assim, os existencialistas negam que haja algo como uma natureza humana - uma essência universal que cada indivíduo compartilhasse -, ou que esta essência fosse um atributo de Deus. Portanto, para um existencialista, não é justo dizer "sou assim porque é da minha natureza" ou "ele é assim porque Deus quer". O existencialismo, desta forma, coloca no homem a total responsabilidade por aquilo que ele é.

Se o homem primeiro existe e depois se faz por suas ações, ele é um projeto - é aquele que se lança no futuro, nas suas possibilidades de realização. O que isso quer dizer?

Eu não escolho nascer no Brasil ou nos EUA, pobre ou rico, saudável ou doente: sou "jogado" no mundo. Existo. Mas o que eu faço de minha vida, o significado que dou à minha existência, é parte da liberdade da qual não posso me furtar.

E, além disso, tenho total responsabilidade por aquilo que sou. Para o existencialista, não há desculpas. Não há Deus ou natureza a quem culpar por nosso fracasso. A liberdade é incondicional e é isso que Sartre quer dizer quando afirma que estamos condenados a sermos livres.

Portanto, para um existencialista, o homem é condenado a se fazer homem, a cada instante de sua vida, pelo conjunto das decisões que adota no dia-a-dia.

"Tive que cuidar dos filhos, por isso não pude fazer um curso universitário." "Não me casei porque não encontrei o verdadeiro amor." "Seria um grande ator, mas nunca me deram uma oportunidade de mostrar meu talento." Para Sartre, nada disso serve de consolo e não podemos responsabilizar ninguém pelo que fizemos de nossa existência. O que determina quem somos são as ações realizadas, não aquilo que poderíamos ser.

Mas ao escolher a si próprio, a sua existência, o homem escolhe por toda a humanidade, isto é, sua escolha tem um alcance universal. Ao fazer algo, deveríamos nos perguntar: e se todos agissem da mesma forma, o mundo seria um lugar melhor de se viver?

E é por esta razão que o viver é sempre acompanhado de angústia. Quando escolhemos um caminho, damos preferência a uma dentre diversas possibilidades colocadas à nossa frente. Seguimos o caminho que julgamos ser o melhor, para toda humanidade. Como diz o ditado popular: "para cada escolha, uma renúncia.

Fugir deste compromisso é disfarçar a angústia e enganar sua própria consciência. É agir de má-fé, segundo Sartre. Neste caso, abro mão de minha responsabilidade. Digo: "Ah... nem todo mundo faz assim!", ou então delego a responsabilidade de meus atos à sociedade, às pessoas de meu convívio familiar e profissional ou a um momento de ira ou paixão. No entanto, para os existencialistas, esta é uma vida inautêntica.

Créditos do resumo para o Professor José Renato Salatiel

Nietzsche

Considera que este mundo é a única parte da realidade e que não devemos rejeitá-lo ou nos afastarmos dele, mas viver nele com plenitude. Como, porém, fazer isso num mundo sem Deus e sem sentido?

Nietzsche começa a resolver o problema fazendo um ataque à moral e aos valores existentes na sociedade que lhe é contemporânea. Segundo o filósofo, esses valores derivam de civilizações já inexistentes, como a grega e a judaica, e de religiões em que muitos - senão a maioria - já não têm fé. Precisamos, portanto, de uma nova base para assentar nossos valores.

A civilização, de acordo com o Nietzsche, foi criada pelos fortes, pelos inteligentes, pelos homens competentes, os líderes que se destacaram da massa. Moralistas como Sócrates e Jesus, porém, negaram essa realidade em nome dos fracos. Propagando uma moral que protegia os fracos dos fortes, os mansos dos ousados, que valorizava a justiça em vez da força, eles inverteram os processos pelos quais o homem se elevou acima dos animais e exaltaram como virtudes características típicas de escravos: abnegação, auto-sacrifício, colocar a vida a serviço dos outros.

Considerando que tais valores não têm origem divina ou transcendente, Nietzsche afirma que somos livres para negá-los e escolher nossos próprios valores. Ao "tu deves" devemos responder com o "eu quero". É a vontade de poder que permite ao indivíduo desenvolver seu potencial máximo de modo a tornar-se um super-homem ou um ser além-do-homem - isto é, que se coloca acima da massa.

Nietzsche identifica o "super-homem" no líder que tem vontade de poder, que ousa tornar-se o que realmente é. É assim que se afirma a vida e que se pode atingir a auto-realização.

Naturalmente, o filósofo sabe que isso não vai abolir os conflitos e nem se preocupa com isso, pois considera os conflitos como um estímulo. De resto, querer abolir a competição, a derrota e o sofrimento é o mesmo que pretender abolir a lei da gravidade.

O pensamento nietzschiano postula um supremo desafio ético ao propor uma reavaliação radical dos valores morais da humanidade. Nesse sentido, ele apresentou o problema sobre o qual iriam se debruçar muitos filósofos do século 20, a partir dos existencialistas.

Nas reflexões de Nietzsche, este super homem era proveniente do desenvolvimento da humanidade num sentido darwinista. Ele aceitava as idéias de Darwin no que tange ao processo seletivo e natural da vida, no qual as espécies mais fracas são aniquiladas e as mais fortes sobrevivem para produzir espécies mais fortes ainda.

O homem massificado evita a qualquer custo a controvérsia. É conformista, indiferentista e não têm preocupações supremas, acha a vida aborrecida e é cínico e vazio. É o que Nietzsche chama de niilismo, para o qual a nossa cultura se dirige.

Quando diz que Deus está morto,significa, noutras palavras, matar o “dogma”, o “conformismo”, a “superstição” e o “medo”, é não aceitar mais a imposição de regras cristalizadas, que impossibilitam a superação e a auto-afirmação do ser humano, que luta incansavelmente para libertar-se.


*Resumo baseado no escritor e jornalista Antônio Carlos Olivieri

sábado, 13 de novembro de 2010

Kant, a razão e os sentidos.

Kant (1724 – 1804)

Acreditava que tanto os sentidos quanto a razão eram muito importantes para nossa experiência de mundo. O material para o conhecimento vem dos sentidos, mas o material se adapta as características da nossa razão.

Possuímos premissas em nossa razão que deixam marcas em nossas experiências. Um exemplo disso acontece com nossa visão quando usamos óculos de lentes vermelhas: Vemos tudo na cor vermelha.

O tempo e o espaço são “formas de sensibilidade”. Essas duas formas já existem em nossa consciência antes de qualquer experiência. O tempo e o espaço não existem fora de nós mesmos. Pertencem à condição humana. São atributos de nossa consciência.

A consciência humana não é algo passivo, que só registra as coisas de fora. Ela é criativa, formadora de opinião: coloca sua marca em tudo que percebemos no mundo. Assim, quando sopramos um balão, nosso oxigênio se adapta ao formato do balão. Da mesma forma nossas impressões e experiências se adaptam a nossa consciência.

Leis de causa e efeito são leis de racionalidade humana: Se um gato está no quarto e uma bola rola, ele corre para pegar. Se um homem está no quarto e uma bola rola, ele olha pra saber qual foi a causa do efeito que fez a bola rolar. Então, não podemos saber como o mundo é em si. Só posso saber como o mundo é para mim. Isso porque o mundo é a bola de papel, e nós estamos dentro dele. Então não posso saber de onde veio tudo, só posso saber daquilo que vivencio.

Kant divide o conhecimento em duas etapas:

Material do conhecimento: condições exteriores, sobre as quais nada podemos saber antes de as termos percebido.

Forma de conhecimento: condições intrínsecas ao próprio homem. Ninguem nos ensina a respirar ou a sorrir, já nascemos com esse conhecimento adquirido.

Existem limites bem claros sobre o que o homem pode saber. Jamais poderemos chegar a um conhecimento seguro sobre algumas coisas (vida após a morte, Deus, alma imortal, universo infinito).

Nessas questões, a razão opera fora dos limites de compreensão humana. Quando fazemos perguntas como essas, a consciência fica parada, pois não tem experiências para processar. É como se ficasse sem combustível. Só que fazer essas perguntas sempre será característica da razão humana. Somos parte da bola rolando e queremos saber de onde viemos.

Esse vácuo pode ser preenchido pela fé religiosa. Premissas como alma imortal, Deus e livre arbítrio são importantes para a moral humana. São postulados práticos. (Postular é afirmar algo que não se pode provar).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Durkheim e o fato social

O interesse era a compreensão do funcionamento das formas padronizadas de conduta (consciência coletiva) por esta razão sua teoria também pode ser chamada de funcionalista. O comportamento do cientista social deveria ser de distanciamento e sua posição, de neutralidade em frente aos fatos sociais. Esta atitude garantiria a objetividade da sua análise.

A coerção social, sendo a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, obrigando-os a conformarem-se às regras impostas pela sociedade em que vivem, não havendo, contudo, a vontade ou escolha dos indivíduos: idioma; formação familiar; código de leis. A coerção é constatada pelas sanções que serão impostas ao indivíduo, caso ele venha a se rebelar.

A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre os indivíduos, cuja vontade própria independe da vontade ou adesão consciente, sendo denominada como: exterior aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis são existentes antes até do nascimento das pessoas, que deverão obedecê-las sob a pena de punições.

A terceira característica é a generalidade. Os fatos sociais se manifestam através da natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, a exemplo, os sentimentos e a moral.

"É social todo fato que é geral." A generalidade de um fato social, ou seja, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social, a vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de determinada questão.

O normal é aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de ter uma existência tangível.

Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Mesmo havendo a "consciência individual", poderão ser notados no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os movimentos sociais

Olá galera, tudo certo? O post de hoje é sobre o tema de sociologia no quarto bimestre da turma 2000: Movimentos Sociais!

Os movimentos sociais são um fenômeno da sociedade pós-capitalista e trabalham para, de alguma maneira, mudar a forma de organização da sociedade em que estão inseridos. Isso quer dizer que os movimentos sociais são manifestações de um determinado grupo da sociedade que, insatisfeito com algo, busca mudar a estrutura vigente no Estado. Cada movimento social tem sua forma específica de atuação (Paradas gays, Invasão de Terras não-produtivas, greve) e isso dá a eles uma identidade própria dentro da sociedade.

Outra característica dos movimentos sociais é que eles não tem nenhuma relação com partidos políticos (pelo menos teoricamente), tem relativa autonomia e isso traz novos atores ao processo político. Cidadãos "comuns", tipo vocês alunos e eu, passam a participar politicamente da sociedade.

Um poder que os movimentos sociais têm é o de dar voz a setores da base da sociedade. Pessoas que não tem espaço na mídia individualmente conseguem através de movimentos sociais fazer com que muitas pessoas fiquem cientes de suas reivindicações. Se um grupo de pessoas quer a mesma coisa, elas se organizam e através da participação popular "correm atrás".

Os movimentos sociais tem dois momentos distintos: o primeiro é expor o problema para o restante da população. Expor claramente o problema. Isso se faz através de passeatas, greve, manifestações ou coisa do tipo. O segundo momento, é levar para os governantes propostas viáveis de realização de suas vontades, para contornar o problema. Para isso é preciso um mínimo de organização e coerência.

Os movimentos sociais são símbolo de maturidade política de uma sociedade. Isso significa que pessoas da sociedade se mobilizam para obter algo que acreditam ter direito. Não podemos esperar tudo de mão beijada, certo?

Deixo aqui um vídeo muito legal sobre tipos de movimentos sociais. Assistam, vale a pena!


terça-feira, 19 de outubro de 2010

O iluminismo


Olá galera da turma 2000, beleza? O post sobre o Iluminismo hoje vai em tópicos. Depois detalho melhor o tema em sala de aula.


* Colaboração do aluno Fernando Borges. Obrigado, Fernando!


Iluminismo- (Montesquieu, Voltaire, Rousseau)

1) Revolta contra as autoridades:

Ø Critica contra o autoritarismo, igreja, aristocracia

Ø Permanecer cético contra verdades herdadas

Ø O próprio indivíduo encontra respostas para suas perguntas

2) Racionalismo

Ø Crença inabalável na razão humana

Ø Tudo na natureza é racional

Ø Criação de um alicerce para a moral, ética e religião em sintonia com a razão

3) O pensamento do iluminismo

Ø Iluminar as amplas camadas populares

Ø Dar fim a incerteza e superstição

Ø Foco na educação pedagógica

4) Otimismo cultural

Ø A difusão da razão traria grandes progressos: desaparecimento da ignorância

5) Retorno a natureza

Ø A razão era uma dúvida da natureza ao homem, ao contrário da igreja e civilização

Ø Povos naturais mais felizes e sadios

Ø Rousseau: o homem é bom, a sociedade o corrompe

6) Cristianismo humanista

Ø Irracional imaginar o mundo sem Deus. O mundo é racional de mais

Ø Imortalidade da alma como algo racional

Ø Libertar o cristianismo dos doemas irracionais

Ø Deismo: Deus criou o mundo, mas só se revela a ele através da natureza

7) Direitos Humanos

Ø Direitos naturais do cidadão: moral, religião e política

Ø Luta contra censura: expressão e ponto de vista

Ø Luta contra escravidão e a favor de tratamento mais humano para os criminosos

Ø 1789- revoluções francesa, direitos para os cidadãos (homens)

Ø 1787- condorcet artigo sobre direito das mulheres

Ø 1791- Olympe de Gouges declaração dos direitos da mulher

Ø 1793- Mulheres proibidas de atividade política

Aristóteles e o empirismo

Olá pessoal, tudo bem? Vamos ao filósofo estudado esse bimestre nas turmas de primeiro ano:

Embora tivesse sido discípulo de Platão, Aristóteles discordou da divisão entre mundo das ideias e mundo dos sentidos. Ao invés disso, Aristóteles acreditava que não podemos ter uma ideia giz se eu não souber o que é um giz. "Não existe nada na mente que não tenha passado pelos sentidos". Essa afirmação faz de Aristóteles um adepto do empirismo.

O empirismo é uma corrente filosófica que acredita que todo o conhecimento vem da observação e da experiência. Assim o papel da razão era o de classificar, separar e organizar os elementos da natureza seguindo critérios. Que critérios?

Essência e acidente. Essência são as características que estão sempre presentes ao analisarmos algo. Por exemplo, a essência de um homem é ser mamífero, bípede e racional. Se esse homem é alto, baixo, gordo, magro, loiro, ruivo são características chamadas por Aristóteles de acidente, pois podem variar dentro da categoria homem.

Importante lembrar também que, segundo Aristóteles, as coisas podem estar em ato ou em potência. Por exemplo, uma semente é uma árvore em potência, mas não em ato. Quando germina, a semente torna-se árvore em ato. O movimento é a passagem do ato à potência e da potência ao ato. A potência é um vir a ser. Algo que pode se tornar. Um milho é uma pipoca em potência.

Por fim, Aristóteles dizia que conhecer é saber a causa de algo. Não posso me tratar de uma dor, se não sei sua causa. Aristóteles falou em quatro tipos de causa: a causa final, a causa eficiente, a causa formal e a causa material. Por exemplo, se examinarmos uma estátua, o mármore é a causa material, a causa eficiente é o escultor, a causa formal é o modelo que serviu de base para escultura e a causa final é o propósito, que pode ser vender a obra ou enfeitar a praça.




quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Toda história é a história da luta de classes"

Atenção galera da turma 3000. Me desculpem pelo post longo, mas pra tratar de Marx, tem que ser bem detalhado mesmo. Aqui vamos nós:

Influenciado pela forma de pensar de Hegel, Marx dizia que os filósofos sempre tentaram interpretar o mundo ao invés de modificá-lo. Sua filosofia tem um objetivo prático e político.

Marx ficou conhecido como um Materialista Histórico: acreditava que eram as condições de vida em uma sociedade que determinavam seus pensamentos e consciência e que as condições materiais de vida eram decisivas para a história. As forças econômicas são responsáveis pelas mudanças em todos os outros setores da sociedade

As relações econômicas, materiais e sociais formam a base de uma sociedade, sustentam os pensamentos e idéias dessa sociedade. A força de produção de uma sociedade determina as relações político e ideológicas que encontramos nela. O moralmente correto vai ser definido pela base social (entre os camponeses, os pais determinavam com quem você ia casar, de olho nas terras).

Toda história é a história da luta de classes, de quem controla os modos de produção. Quem tem o poder não abre mão dele livremente. Só a revolução muda as coisas. Essa é a essência do pensamento marxista.

Marx acreditava ainda que o conhecimento do homem está intimamente ligado ao seu trabalho. O modo como trabalhamos altera nossa consciência e vice-versa. O trabalho é positivo, inerente à condição humana. A partir disso surge a crítica de Marx ao capitalismo: o trabalhador trabalha para outra pessoa, de forma que seu trabalho não lhe pertence. O trabalhador se aliena em relação ao seu trabalho, a si mesmo e perde dignidade humana.

Na ultima aula trabalhamos detalhadamente alguns conceitos utilizados por Marx para montar sua teoria:

FORÇA PRODUTIVA = meios de produção + trabalho humano.

Todo processo produtivo combina os meios de produção e a força de trabalho. Constituem as condições materiais de toda a produção. Sem o trabalho humano nada pode ser produzido e sem os meios de produção, o homem não pode trabalhar. Todo processo de trabalho implica em determinados objetos (matérias-primas) e determinados instrumentos (ferramentas ou máquinas). Os objetos e instrumentos constituem os meios de produção. O proletariado constitui a força de trabalho

RELAÇÕES DE PRODUÇÃO: formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. As relações de produção podem ser cooperativistas (mutirão), escravistas (como na Antiguidade européia ou período colonial brasileiro), servis (como na Europa feudal) ou capitalistas (como na indústria moderna).

CLASSE SOCIAL: grupo de pessoas que tem status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. Segundo a ótica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por ela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante.

ALIENAÇÃO: A separação do trabalho, em todas as suas instâncias, aliena o trabalhador, que não se reconhece mais em uma atividade - porque ele faz apenas uma peça de um carro em uma escala produtiva e não tem a visão do conjunto, por exemplo - e porque acaba desenvolvendo apenas uma de suas habilidades, seja braçal ou intelectual, provocando, com isso também, uma divisão social do trabalho.

MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO: O que Marx trouxe de original foi uma análise dialética das relações sociais e econômicas (as bases materiais e concretas da sociedade) que explicava fatos históricos e culturais, como chegamos à exploração de hoje. Na dialética marxista, a burguesia seria a tese - e o proletariado, sua antítese. A síntese seria a superação da sociedade de classes por uma sem classes, o comunismo. As crises do capitalismo, então, decorreriam dos conflitos entre burguesia e proletariado, e seriam o prenúncio de uma superação dialética da economia política.


A sociologia de Durkheim

Olá pessoal, tudo bem? O pensador Emile Durkheim será o tema da sociologia do 4º bimestre das turmas de 1º ano. Vamos a uma pequena introdução de seu pensamento:

Emile Durkheim viveu numa época de conflitos sociais entre os empresários e os trabalhadores e em que surgiam problemas sociais como suicídio, favela, poluição, desemprego, etc.

O crescente desenvolvimento da indústria e tecnologia fez Durkheim olhar com otimismo o capitalismo. Achava que todo progresso trazido pelo capitalismo geraria um aumento da divisão do trabalho social e da solidariedade orgânica, de forma que a sociedade chegasse a um estágio sem conflito e problemas sociais.

Durkheim acreditava que, com leis e regras estabelecidas, os problemas sociais não teriam a ver com economia, mas sim com uma questão moral. Por exemplo: se a criminalidade aumenta a cada dia é porque as leis que regulamentam o combate ao crime estão falhando. Este estado de crise social onde as leis não estão funcionando, é chamado de patologia social. Se essas patologias não são devidamente tratadas, cedo ou tarde outros setores da sociedade também deixarão de funcionar, criando uma ausência total de regras, o que podemos chamar de anomia.

Frente a patologia social ( regras sociais falhas ), cabe à Sociologia captar suas causas, procurando evitar a anomia ( crise total ), através da criação de uma nova moral social que supere a velha moral deficiente.

Para evitar que a sociedade chegue à anomia, a solução estaria em organizar a sociedade a partir da solidariedade orgânica. Vimos isso no segundo bimestre, lembram?

:)



domingo, 12 de setembro de 2010

Só os mais fortes sobrevivem!

Olá pessoal, tudo certo? O post de hoje é sobre as aulas dadas nos dia 01/09 e 08/09 nas turmas 1000 e 1001, respectivamente. O tema é Darwinismo Social.

Charles Darwin foi um naturalista britânico que, em seu livro A Origem das Espécies desenvolveu a teoria de que os seres vivos se transformavam a partir da capacidade de adaptação: os organismos que melhor se adaptavam ao meio em que viviam conseguiriam sobreviver, pois repassariam a capacidade de adaptação para seus descendentes. Os organismos que não fossem capazes de se adaptar estariam condenados à extinção. Daí surgem termos conhecidos como seleção natural e só os mais fortes sobrevivem.

Alguns cientistas positivistas do século XIX acreditavam que a teoria de evolução biológica de Darwin poderia servir também para analisar sociedades. Partia-se do princípio que algumas sociedades/civilizações possuiam características, culturas e valores que os tornavam superiores se comparadas com outros povos. Surgia assim, o Darwinismo Social.

É importante lembrar que o século XIX marcou o período da Revolução Industrial, que teve seu ápice na Europa. Assim, acreditava-se que os europeus industriais eram o que havia de mais desenvolvido em termos de sociedade e que os povos africanos e asiáticos eram fósseis vivos da civilização européia. Era a desculpa perfeita para os europeus invadirem essas terras, acabar com a cultura desses povos, explorá-los e impor a cultura européia. Faziam isso com a desculpa de levar a evolução e o progresso para esses povos.

A contradição entre a ideia de Charles Darwin e o Darwinismo Social é que a primeira levava em consideração aspectos biológicos e não trabalhava com a questão de superior/inferior. Tudo era questão de ter características de adaptação ao meio. Uma mesma espécie pode ser altamente adptavel no frio e não resistir ao calor, por exemplo. Já o Darwinismo Social levava em conta um determinado povo como superior: o europeu do século XIX foi um exemplo. Só que a própria Europa era desigual. Poucos desfrutavam do progresso e da riqueza às custas de muitos que eram explorados e viviam em condições de miséria.


O vídeo abaixo fala um pouco mais do Darwinismo Social. É narrado em português de Portugal e o áudio não é dos melhores, mas com atenção dá pra entender tudo numa boa.



Bom domingo, pessoal, e boa semana de prova para todos!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O estudo, a busca da verdade e da beleza , são domínios em que nos é consentido sermos criança por toda a vida (Albert Einstein)

Boa tarde pessoal, tudo bem? O post de hoje é sobre a aula de filosofia do dia 03/09 na turma 2000. O assunto foi a filosofia empirista de David Hume.

Hume era um pensador empirista que viveu no ápice do Iluminismo. E toda aquela conversa de século das luzes, liberdade de ideias - na opinião de Hume - fez com que surgissem todo tipo de teorias, algumas bem complicadas. A partir disso, na luta para acabar com teorias duvidosas e obscuras, Hume se fez as seguintes perguntas: De onde vêm nossas ideias? Como se formam nossos conhecimentos?

Para encontrar essas respostas, Hume acreditava que o homem deveria voltar seus pensamentos para sua relação com o cotidiano: todo conhecimento válido é aquele baseado em experiências. Nos voltando só para esse tipo de conhecimento, o mundo se torna um lugar mais nítido, mais fácil de ser entendido.

Hume acreditava também que os pensamentos humanos se dividiam em impressões (percepção imediata da realidade) e ideias (lembrança da impressão, aquilo que fixa a impressão na mente) e que elas podem ser simples ou complexas. Na aula falei da diferença entre ideias/impressões simples e complexas. Lembram do exemplo do anjo ou do crocofante?

Hume alertou para o fato de que nossos hábitos, nossas ideias preconcebidas, nos impedem de vivenciar o mundo em sua totalidade. As leis de causa e efeito e leis imutaveis da natureza acabam se resumindo a questões de hábito: quando jogamos um giz no chão, todo mundo espera que o giz caia. Se ele não cair, ficaríamos surpresos, mas um criança não ficaria, pois ela ainda não se encheu de expectativas, hábitos e ideias preconcebidas. Por isso elas fazem perguntas que as vezes desconcertam os adultos.

A partir desse pensamento, Hume deixa dois ensinamentos para nós:

a) Não deixar que sentenças do ser (descritivas) virem regras (normativas). Exemplo: Cada vez mais pessoas morrem em acidentes de carro, então vamos andar a pé. Ou, cada vez mais pessoas viajam de avião, então vamos construir aeroportos.

b) A razão nos leva a conclusões preguiçosas, das quais cremos ter absoluta certeza e por isso não colocamos nunca em dúvida, nunca conferimos. Isso não é uma atitude inteligente. Devemos sempre nos questionar de onde vieram nossas ideias e como as nossas razões se formaram. A ciência está até hoje se perguntando como isso acontece.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Os tipos de dominação

Olá pessoal. Esse post é sobre o conteudo que prometi hoje no segundo ano: Weber e os três tipos de dominação. Quando começamos a estudar Weber, falamos sobre as ações sociais que dão sentido a sociedade. No texto de hoje, vamos entender um pouco sobre a maneira pela qual as relações sociais se mantém.

Para que um grupo social funcione, é preciso que existe uma certa hierarquia, uma organização. Isso supõe que algumas pessoas liderem de alguma forma e que outras pessoas acatem essa liderança. Vamos ver agora quais são os tipos de dominação e como elas se legitimam:

1) Dominação Legal é aquela que segue regras no estilo de uma lei, um estatuto, que criam e modificam as regras. Um grupo dominante é escolhido e nomeado. Aqui a dominação se baseia em funções, pagamentos e regras fixas, sem considerar questões pessoais ou sentimentais. Os elementos inferiores são subordinados aos superiores, como manda o estatuto.
Exemplos de dominação legal: empresas atuais onde os funcionarios são subordinados aos patrões. Todos tem uma formação profissional, recebem um salário, seguem normas de um estatuto e estão sob a vigência de um contrato.


2) Dominação Tradicional é aquela que segue tradições, costumes e ações cotidianas. A liderança exercida aqui se dá através do hábito e da fidelidade. Um exemplo clássico é a família patriarcal onde a crença nos poderes do patriarca vem desde sempre. O poder reside na figura do patriarca, todos são dependentes dele e contra ele não existe nenhuma garantia. No Brasil, vivenciamos muito isso na época do das casas-grandes, com a figura dos senhores de engenho, que eram os chefes de família e respeitado por todos. Hoje, com as mudanças na organização das famílias e com a chegada de relações mais democráticas na mesma, esse tipo de dominação é escasso. Um pequeno exemplo em vídeo


3) Dominação Carismática é aquela em que a dominação se apoia na crença que os dominados tem nas qualidades do líder. Tem a ver com o carisma, com afetividade, com alguma habilidade especial que o líder possua e cative os dominados: coragem, inteligencia, heroísmo, faculdades milagrosas... Aqui a dominação não tem garantia de contrato ou tradição: o líder tem que se mostrar capaz por meio de êxitos. Se o êxito falha, a dominação se perde. Um exemplo clássico são as igrejas e templos onde as pessoas procuram um líder espiritual que os oriente. Pode também ser o caso de eleitores que confiam muito na figura de um político, como vemos no populismo (lembrar que Getúlio Vargas era conhecido como o pai dos pobres, tamanha a adoração que o povo tinha por ele?).

Na próxima aula comento mais sobre o assunto e tiro as dúvidas para a prova. Bom feriado, pessoal!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Morada das Almas

Esse post é sobre algumas aulas dadas nas turma 1000 (01/09) e 1001 (17/08 e 24/08). O filósofo da vez é Platão.

Principal discípulo de Sócrates, Platão procurou entender uma realidade eterna e imutável, no entanto sem deixar de lado aquilo que flui, aquilo que é passageiro. Tarefa complicada, né? Para conseguir essa tarefa, Platão falava em dois diferentes mundos:

O mundo dos sentidos é formado pelas coisas que podemos tocar e sentir, as coisas da natureza. Nesse mundo, tudo é impreciso e vultuoso. Os elementos desse mundo são imperfeitos e passageiros. Tudo que existe na natureza nasce, cresce, reproduz e morre/desintegra. Sobre as coisas desse mundo só podemos ter conhecimentos incertos. O verdadeiro conhecimento vem da razão.

O mundo das ideias é formado pelos modelos espirituais/abstratos que dão origem àquilo que vemos no mundo dos sentidos. Exemplo: Sabemos que um círculo tem 360º e que a soma dos lados de um triângulo tem 180º. Não encontramos essas medidas perfeitamente na natureza. Elas só existem no mundo das ideias. Outro exemplo é a forma (com som de ô) de empadas ou de biscoito. Depois de ir ao forno, as empadas ou os biscoitos quebram, inflam, ganham formas (com som de ó) diferentes, imperfeições. Mas a forma, a ideia original, é sempre exata, perfeita.

Assim, seria como se os biscoitos ou as empadas fossem o mundo dos sentidos: imperfeitos, imprecisos. E as forminhas fossem o mundo das ideias: sempre exatas e perfeitas. Do mundo das ideias saem as origens (perfeitas) das coisas (imperfeitas) que vemos no mundo dos sentidos. Afinal, as formas não são o que dão origem aos biscoitos e às empadas?

Para exemplificar ainda melhor isso, sobre como existe um mundo mais perfeito do que estamos acostumados a ver, falamos em sala sobre o mito da caverna de Platão. Dê uma conferida no link pra uma versão em quadrinhos. Lembrem de ir avançando até o capítulo 5. Aposto que vocês nunca tinham visto antes um gibi de filosofia! :)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O que é um tipo ideal?

E aí, pessoas, tudo bem? Depois de um longo fim de semana, é hora de voltar ao trabalho: esse post é sobre a aula do dia 27/08 na turma 2000. Continuamos a falar sobre a sociologia de Max Weber e dessa vez o assunto foi o tipo ideal:

O tipo ideal é, se assim podemos dizer, uma espécie de molde, criada por Weber. Sua principal característica é não existir na realidade. Então pra que pensar nisso? Pela sua extrema importância no momento de analisar as coisas da vida real. Sabe quando você sai de casa para comprar uma roupa ou tênis, e você já vai pelo caminho pensando em que estilo você quer? Geralmente você não compra exatamente o que queria, mas sim aquele modelo que mais se aproxima do que você pensou quando saiu de casa.

Então... o tipo ideal serve como um modelo que usamos para comparar com os casos que realmente existem na realidade. É importante lembrar que ao construir um tipo ideal, precisamos nos pautar em racionalidade e lógica, pensar não no que seria bom para você, individualmente, mas nos aspectos essencias daquele fenômeno que vai ser analisado.

Exemplificando: Digamos que vamos estudar a burocracia: Para saber se algum órgão burocrático está funcionando bem, precisamos antes saber quais são os aspectos essenciais de uma burocracia, suas características básicas para um bom funcionamento. Aí pensamos em: eficiência, especialização, impessoalidade e outras características que fazem as pessoas serem atendidas com rapidez, clareza e eficiência. Temos aí um tipo ideal de organização criado por nós, e, mesmo que ele não exista na vida real, agora podemos usá-lo para comparar com os casos concretos, reais. Fazendo isso, descobriremos que temos que repensar nossos modelos de organização, porque a palavra burocracia é sempre usada por nós como sinônimo de algo chato, demorado, pelo qual ninguem quer passar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

"O inferno são os outros - Jean Paul Sartre

Olá pessoal tudo bem?

No dia 13/08, a galera da turma 3000 e eu conversamos sobre a questão de identidade. Vimos que a(s) identidade(s) de um indivíduo se define(m) pela sua interação com indivíduos, culturas e grupos.

Chamamos de etnocentrismo o fenômeno pelo qual nosso grupo passa a ser o centro do mundo e todos os outros grupos são analisados, percebidos e questionados a partir dos nossos valores. Podemos dizer que o etnocentrismo tem uma dificuldade em olhar/refletir as diferenças.

Essa dificuldade da visão etnocentrica faz com que o diferente seja sempre visto como estereotipado, ridicularizado, caricaturado. Esse comercial do vídeo é um exemplo:



Programas humorísticos como o Zorra Total também sempre mostram os personagens estereotipados: o caipira, o malandro, o funkeiro, o suburbano, entre mil outros exemplos.

O oposto do etnocentrismo seria o relativismo cultural. Nessa linha de pensamento, todos os tipos de cultura são iguais em valor e devem ser olhados dentro de seus contextos. Aqui todo ponto de vista é válido e toda cultura é relativa. A questão é aceitar as diferenças dos outros grupos como uma questão de opção e não em uma escala de valores.

Então o etnocentrismo é ruim, o relativismo cultural é o máximo e ponto final? Não é bem assim. A grande questão se coloca agora: até que ponto devemos tolerar atitudes em nome do relativismo? Até que ponto devemos ser etnocentricos por uma questão de valorizar nossa identidade?

Essa discussão foi colocada em sala de aula. Mas a caixinha de comentários continua livre pra quem quiser se expressar...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Creio pois parece absurdo!"

Olá pessoal, tudo certo? O post de hoje é sobre o filósofo de nome difícil que estamos estudando na turma 3000: Kierkegaard.

Kierkegaard não se ligou muito nas ideias de Hegel. Criticou a postura professoral de Hegel, como se este visse o mundo de fora, não interagisse nele. Para Kierkegaard, o problema da teoria de Hegel é que a sua preocupação com o contexto histórico tirou do indivíduo a responsabilidade pela própria vida. Cada um de nós é um indivíduo que vive uma única vez, sendo assim temos uma importância muito maior do que a de meros "filhos de nossa época".

Hegel não foi o único alvo de críticas de Kierkegaard: Ele também criticou a postura evasiva e frouxa da Igreja. Que ser cristão era um senso comum, algo quase que indiferente no nosso cotidiano. Ele dizia que não se pode ser meio cristão ou cristão em algumas horas do dia.

Com isso ele queria dizer que, se acreditamos de fato que Jesus morreu na cruz por nós, devemos ter uma postura muito mais ativa em relação a isso. Ao invés de estarmos por aí indo em micaretas ou frequentando academias, deveríamos estar vivenciando nossa fé.

A subjetividade tem um papel fundamental na filosofia de Kierkegaard: para ele o importante são as questões pessoais. Quando vamos dormir não ficamos pensando em racionalidades como 3 x 3 = 9 ou sobre as Leis de Newton. Nada disso é existencialmente importante para nós. Pensamos em coisas fundamentais para nossa existência como saúde, alimentação, amor, trabalho, etc.

Por isso a frase do título do post: "Creio pois parece absurdo!". Se a existência de Deus fosse provada racionalmente, não teria valor a crença nEle. A racionalidade não é tão importante quanto a subjetividade. As questões existenciais são as verdadeiras coisas com as quais devemos nos preocupar. Algumas pesquisas atuais agradariam a Kierkegaard, já que as pessoas tendem a se preocupar com aquilo que faz parte de seu cotidiano

Kierkegaard fala ainda sobre os três estágios pelos quais o indivíduo passa: estético, ético e religioso. Conversamos sobre eles hoje (23/08) em sala de aula. Se Hegel pudesse respondê-lo, diria que a crítica de Kierkegaard a ele foi dialética. Ao mesmo tempo em que criticou a diminuição da individualidade humana, Kierkegaard traçou três estágios fixos pelos quais nós passamos. Contraditório?

domingo, 22 de agosto de 2010

Here, there and everywhere!

Olá pessoal, tudo certo? Espero que o fim de semana tenha sido agradável...

Esse post é sobre a aula do dia 20/08 na turma 2000. Falamos sobre Baruch Spinoza.

A filosofia de Spinoza causou a ele uma das maiores perseguições já enfrentadas por um filósofo: Excomungado da comunidade Judaica de Amsterdã, abandonado pela família e tentativa de homicídio foram algumas das represálias que sofreu. Polêmico, não?

Spinoza fez uma severa crítica ao cristianismo e ao judaísmo, dizendo que dogmas rígidos e rituais vazios eram a essência dessas religiões. Dizia ainda que, ao ler a Bíblia, devemos considerar a época em que foi escrita e levar em conta que nem tudo escrito ali foi inspirado por Deus. Defensor da liberdade de opinião e da tolerância religiosa, Spinoza defendia uma leitura historico-crítica da Bíblia.

Vale dizer que Spinoza ganhava a vida limpando lentes e acreditava que nesse ofício e também na filosofia, sua missão era ajudar as pessoas a enxergar as coisas sob outra perspectiva.

Essa outra perspectiva no que diz respeito à religião era o panteísmo. Isso significa crer que Deus está em tudo, não existe separado do universo. Assim, ele não criou o mundo "de fora", nem assiste nossas vidas como se fosse um telespectador de um filme. Para Spinoza e os panteístas, Deus é o universo, a mente humana, todas as coisas e ideias que existem e que se manifesta em dois atributos: pensamento e extensão. Nesse ponto Spinoza se separa do cristianismo e judaísmo.

Falamos mais sobre isso em sala, sobre como diferenciar pensamento e extensão, sobre o livre arbítrio humano (afinal, ele existe ou não?) e sobre as pressões externas que um indivíduo sofre. Vimos também como é complicado pensar em nós mesmos como parte coadjuvante de um algo maior, um todo. Somos tão vaidosos, orgulhosos e egocêntricos, julgamos ter tanta individualidade, de forma que passa a ser complicado aceitar essa ideia.

Alguns alunos questionaram - de forma muito inteligente - em sala sobre essa concepção panteísta. Se Deus está em tudo, se ele é o universo e todas as coisas, como surgiu o mundo? Para o panteísmo, o universo não tem princípio, é auto-existente e passivel de mudanças. Assim sendo, essa corrente religiosa não se debruça sobre questões que nos são muito curiosas, como a criaçao do universo e o surgimento da existência.

Há quem diga que o panteísmo não faz sentido, por que Deus não pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito. Que tudo isso é fruto do ego humano que, não podendo ser Deus, quer ser parte dele. Você concorda? Mas Deus não é onipresente, onipotente, onisciente? Então porque Ele não pode ser, ao mesmo tempo, causa e efeito?

Desejo a vocês uma boa reflexão, pessoal!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Fiat Lux!

Olá pessoal, esse post se refere às aulas sobre Sócrates e os sofistas, nas turmas 1000 (18/08) e 1001 (10/08)

Falar sobre Sócrates e sobre os sofistas é refletir sobre dois tipos de conhecimento. Antes de nos voltarmos para eles, no entanto, vamos contextualizar:

Sócrates e os sofistas viveram na época da democracia ateniense. Atenas era o principal centro político do mundo helênico. Assim, se encontravam no auge a cultura grega, o desenvolvimento da pólis e a vida pública. Lembram que Aristoteles definiu o homem como um "animal político"? O verdadeiro significado da vida na época se dava na Pólis, na coisa pública, nas praças de Atenas.

Agora sim, seguindo em frente: Os sofistas eram sábios que atuavam como professores ambulantes, ensinando - a troco de dinheiro - retórica e política para os jovens gregos de classe alta. Os Sofistas significaram um avanço com relação aos filósofos da natureza ao garantir que não existe uma verdade absoluta. O que existiam eram opiniões, que mudavam de pessoa para pessoa: "O homem é a medida de todas as coisas" dizia Protágoras, um dos sofistas.

Sócrates, por sua vez, partia de uma filosofia de reflexão interior. "Conhece-te a ti mesmo" era um de seus lemas. O conhecimento de nossas limitações é um passo importante rumo à razão e a virtude. Sócrates se opunha ao ensino tradicional e autoritário dos sofistas, já que com seus discípulos ele não assumia a posição de professor. Ele dialogava, discutia, perguntava, fazendo com que a própria pessoa criasse sua propria opiniao, sua própria ideia. Assim, comparava seu ofício ao de uma parteira, pois ambos ajudavam a dar a luz: Sócrates a novas ideias e a parteira a novas vidas. Esse método era chamado de maiêutica.

Em sala falamos ainda sobre outras frases de Sócrates: "Só sei que nada sei" e "Basta saber o que é bondade para ser bom". O que será que ele quis dizer com elas?

Hoje em dia, podemos nos remeter aos sofistas ao ver a alta procura por cursinhos, vistos por muitos como uma rápida maneira de garantir uma ascensão social. Vemos que jovens pagando por ensinamentos que possibilitem uma melhoria de vida não é coisa só da Grécia Antiga. Ao mesmo tempo, em nosso mundo globalizado e moderno, o "conhece-te a ti mesmo" de Sócrates ainda é muito importante.

sábado, 14 de agosto de 2010

"O homem nasceu para ação, tal como o fogo tende para cima e a pedra para baixo." Voltaire

Oi pessoal. Esse post é sobre a primeira aula do bimestre na turma 2000: Max Weber e a ação social. Vamos ao que interessa:

Weber rompe com a ideia de sociedade de Comte e Durkheim, que achavam que a a sociedade era algo superior e exterior aos indivíduos, um organismo vivo e interligado, que exerce poder sobre os indivíduos.

Para Weber, a sociedade é formada pelo conjunto das ações indivíduais. As minhas atitudes + as suas + a do nosso vizinho e assim por diante, formam a sociedade. No entanto, para ter um sentido social, essas ações precisam ser dotadas de sentido para todos aqueles que estão envolvidos nela.

Um exemplo: Se você não souber o que é o dinheiro, qual sua utilidade na sociedade, este perde o seu sentido e passa a ser um pedaço de papel como outro qualquer. Uma gíria é outro exemplo disso: Se, numa roda de amigos, alguem usa uma gíria que você não conhece, aquilo não faz sentido, você fica sem entender o significado da frase, certo?

A partir disso Weber define a ação social como objeto da sociologia. A ação social é uma conduta humana dotada de valores. Cada indivíduo age por um motivo que se orienta por um valor, que pode ser tradicional, racional ou emotivo/afetivo.

Assim, são 4 os tipos de ações sociais:

a) Ação Racional com respeito a fins
b) Ação Racional com respeito a valores
c) Ação Afetiva ou Emocional
d) Ação Tradicional

Os exemplos de cada ação foram dados em sala de aula. Ou vocês querem tudo de "mão beijada" aqui no blog? :)

Vejam aqui um exemplo de como a tradição denota significado às ações de uma sociedade.

Bom fim de semana, pessoal!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pessoal, esse post é sobre a aula de sociologia que dei hoje na turma 3000. Falamos sobre a questão da identidade. Quem somos nós, afinal?

A identidade é uma interação do sujeito com outros sujeitos e com a cultura na qual se está inserido. O "eu interior" muda a partir do(s) contato(s) que estabelecemos com outro(s) indivíduo(s) e com outro(s) meio(s) de cultura também.

O estudo dos processos de interação dos indivíduos com outros indivíduos e com meios culturais chama-se interacionismo simbólico. O foco do interacionismo simbólico concentra-se, justamente, nos processos de interação social - que ocorrem entre indivíduos ou grupos - mediados por relações simbólicas.

1) o modo como um indivíduo interpreta os fatos e age perante outros indivíduos ou coisas depende do significado (ou significados) que ele atribui a esses outros indivíduos e coisas; 2) o significado, porém, é resultado dos (ou é construído a partir dos) processos de interação social; e 3) os significados podem sofrer mudanças ao longo do tempo.

Existe uma enorme variedade de interações sociais que ocorrem de modo a formar coletividades separadas, que levam à constituição de determinados grupos sociais, cada qual com suas regras e normas de conduta, validadas e aceitas pelos indivíduos que os compõem. Por isso que respondemos "pode crer" para o amigo e "sim senhora" para nossa mãe.

As interações sociais, porém, são processos dialéticos, pois os indivíduos constroem os grupos e coletividades sociais dos quais fazem parte, mas, ao mesmo tempo, esses grupos e coletividades interferem na conduta do indivíduo. Então, quem somos nós depende de com quem relacionamos e do grupo social em que estamos inseridos. E isso muda a todo momento: no CEFA, em casa, na academia, em festas... Cada meio cultural pede um tipo de atitude e comportamento, que acaba transformando - ainda que momentâneamente - nossa identidade.

"Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..."
Concordam com Fernando Pessoa?

Ordem e Progresso!

E aí pessoal? Tudo certo? Estou devendo alguns conteúdos aqui no blog, então vamos direto ao(s) assunto(s):

Augusto Comte e o Positivismo

Essa aula foi dada dia 11/08 na turma 1000 e dia 13/08 na turma 1001.

A essência da filosofia de Comte está na ideia de que a sociedade só pode ser viável se reorganizada através de uma completa reforma intelectual do homem. Comte acreditava ser necessário fornecer aos homens novos hábitos de pensar de acordo com o esta­do das ciências de seu tempo.

A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna. Ordem e Progresso eram os lemas do Positivismo. Não há progresso sem ordem e quando o progresso chega, não pode colocar a ordem em risco.

O estado positivo corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em oposição ao quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago. É o que se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo.

Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se aproximava das ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente. Por isso o positivismo foi chamado também de física social.

Em sua Lei dos três estados, Comte teoriza que o desenvolvimento intelectual humano havia passado historicamente primeiro por um estágio teológico, em que o mundo e a humanidade foram explicados nos termos dos deuses e dos espíritos; depois através de um estágio metafísico transitório, em que as explanações estavam nos termos das essências, de causas finais, e de outras abstrações; e finalmente para o estágio positivo moderno. Este último estágio se distinguia por uma consciência das limitações do conhecimento humano.

Lei dos Três Estados – características

Estado Teológico

Estado Metafísico

Estado Positivo

- tudo tem origem no sobrenatural
- época dos sacerdotes e militares
- domínio da organização militar

- tudo tem origem na razão, na natureza e em forças misteriosas|
- época jurídica
- prevalece a organização jurídica

- ciência substitui a razão, natureza e forças misteriosas
- época industrial
- predomínio do intelectual, principalmente o sociólogo|- a economia se junta à sociologia para, juntas, guiarem os destinos da organização social

Comte tentou também uma classificação das ciências; baseada na hipótese que tinham se desenvolvido a partir da compreensão de princípios simples e abstratos, para daí chegarem à compreensão de fenômenos complexos e concretos. Assim as ciências haviam se desenvolvido a partir da matemática, da astronomia, da física, e da química para atingir o campo mais complexo da biologia e finalmente da sociologia. De acordo com Comte, esta última disciplina, a Sociologia, não somente fechava a série, mas também reduziria os fatos sociais a leis científicas, e sintetizaria todo o conhecimento humano, como ápice de toda a ciência.


Nas próximas aulas falaremos a respeito da influência do positivismo no Brasil. Deixo aqui um aperitivo

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Trabalho Avaliado

Olá pessoal. O post de hoje é para esclarecimentos sobre o Trabalho Avaliado, que vale dois (2,0) pontos na nota do bimestre. Metade da nota é para a parte escrita e a outra metade para a apresentação oral.

Seguem abaixo as orientações:

Parte escrita: Entre uma e três páginas a respeito do tema escolhido pelo grupo (dentro das opções propostas pelo professor). O trabalho pode ser digitado ou manuscrito, a opção é do grupo.

A parte escrita precisa conter:

a) Contexto temporal do tema escolhido. Exemplo: Se o tema escolhido foi "Filósofos da Grécia Antiga", precisamos falar mínimamente sobre como era a vida naquela época.

b) Resumo explicativo do tema escolhido. Expor de forma sintetizada as idéias dos pensadores escolhidos.

c) Relacão com a atualidade. Apontar como essas ideias estão presentes nos dias atuais.

Vou cobrar no máximo três páginas para evitar que copiem da internet e entreguem sem nem mesmo ler. Ao fazer isso, todos os componentes do grupo perderão os pontos da parte escrita.

A parte da apresentação é simples: O grupo deverá apresentar o trabalho aos colegas de turma e ao professor, de forma clara e objetiva. A partir dessa exposição, cada aluno receberá sua nota.

Os grupos deverão conter entre cinco e seis alunos.

Datas de apresentação e tema:

Turma 1000 - Dia 18/08 Opções de Tema:
a) Filósofos da Natureza
b) Comte e o Positivismo

Turma 1001 - Dia 24/08 Opções de Tema:
a) Filósofos da Natureza
b) Comte e o Positivismo (aula a ser dada dia 13/08)
c) Sócrates e os Sofistas

Turma 2000 - Dia 27/08 Opções de Tema:
a) Weber e ação social (aula a ser dada dia 13/08)
b) A Filosofia de Spinoza (aula a ser dada dia 20/08)

Turma 3000 - Dia 23/08 Opções de Tema
a) Hegel
b) Identidade
c) Kierkegaard

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"O bom humor é a única qualidade divina do homem." (Arthur Schopenhauer)

Olá pessoal. Hoje o post é apenas uma brincadeira com os filósofos. Espero que gostem! Ao longo da semana vou postando o resumo das aulas...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." - João Guimarães Rosa

Olá pessoal. Esse post se relaciona com a aula de filosofia dada na turma 3000 na última segunda-feira (02/08). Nessa aula, começamos - sim, meninos, continuaremos o assunto na próxima aula - a conversar sobre Hegel. Para este pensador, a a filosofia tem a tarefa de pensar o que é e não a de definir o que deve ser. Notaram a diferença? Não se trata de rotular ou taxar definitivamente as coisas. Trata-se de estar sempre analisando. Isso porque, para Hegel, não existem verdades desvinculadas de um tempo. A história é ponto fixo da filosofia. Não se pode separar uma filosofia de contexto histórico.

Esse fato faz com que a razão seja progressiva. O conhecimento caminha com a humanidade. Assim, o que era uma verdade ontem, hoje pode ser colocado em questão, de forma que estamos sempre aprendendo. O que foi pensado ontem, entra em conflito hoje, e desse conflito surge uma nova ideia. Essa contradição é o princípio da Dialética de Hegel. Para esse autor, a dialética é o processo único pelo qual se pode obter a razão. Assim, estamos sempre obtendo novas razões. Quando falamos de filosofia, logo pensamos naquela coisa ultrapassada, chata, cheirando a naftalina. Mas aqui vai uma reportagem que mostra como a contradição (essa mesmo que é o princípio da dialética hegeliana) está presente na nossa vida. E você? Se encaixou na pesquisa?

Bom feriado, pessoal!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." - Albert Einstein

Olá pessoal. Já faz um tempo que venho amadurecendo a ideia de criar um espaço que auxilia os alunos, seja para tirar as dúvidas, revisar o conteúdo das aulas, estudar para as avaliações, saber qual a matéria que perdeu caso tenha faltado a alguma aula ou simplesmente se entreter. Resolvi agora colocar em prática utilizando o blog pois aqui podemos compartilhar vídeos, fotos, charges, textos, reportagens, testes e outros materiais do tipo. Aos poucos vamos descobrindo, juntos, a melhor forma de tornar esse espaço realmente proveitoso. É bom avisar desde já que o conteúdo aqui postado NÃO SUBSTITUI as aulas - que é onde temos tempo e lugar para debater e prolongar os temas - apenas as complementam. Não faz sentido eu colocar TODA a matéria vista em sala aqui, senão não precisaríamos da aula, certo? Usaremos o blog para lançar outros pontos de vistas a respeito do que foi discutido na sala. Pretendo usar os marcadores de postagem para organizar os temas por série e assunto, assim a pesquisa fica mais prática. Sejam bem vindos e aproveitem!

Os Filósofos da Natureza

Essa semana voltamos do período de férias. Terça (03/08) e Quarta (04/08), de manhã, nas turmas de primeiro ano, conversamos sobre os chamados "Filósofos da Natureza". Essa denominação foi dada aos primeiros pensadores gregos justamente por se ocuparem dos processos naturais. Esses pensadores não acreditavam que o mundo tivesse surgido do nada. Então entendiam que sempre existiu alguma coisa e, vendo as transformações que ocorriam no meio ambiente, indagavam-se como aquilo era possível.

Esses filósofos também tentaram descobrir leis eternas a partir da observação dos fatos, desconsiderando as explanações mitológicas. Assim, a filosofia se libertava da religião e os primeiros indícios de uma forma científica de pensar começavam a aparecer.

A partir do pensamento de Tales, Anaximandro, Anaximenes, Parmênides, Heráclito, Empédocles e Anaxagoras, pudemos refletir em sala sobre a importância do questionamento, do raciocínio e da reflexão para chegarmos aos dias de hoje. Para que o ser humano chegasse à condição da qual usufrui hoje, foi muito grande a importância do exercício intelectual desses pensadores. Falamos também sobre a necessidade de se evitar uma atitude preguiçosa, capaz apenas de raciocínios curtos - como apertar botões - e que se recusa a questionar a origem e o motivo das coisas e do mundo em que vivemos!

Achei uma matéria bem interessante sobre como a evolução da tecnologia pode estar prejudicando o homem. O que você pensa a respeito? Será que estamos criando uma geração de Homer Simpsons?